segunda-feira, 23 de março de 2015

GRIFES DE LUXO ENTRAM EM CAMPANHA PARA O BEM DO MEIO AMBIENTE

São marcas de luxo mas nem o preço que se paga garante que se esteja a salvo de substâncias químicas e perigosas, alerta relatório da Greenpeace
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São marcas de luxo mas nem o preço que se paga garante que se esteja a salvo de substâncias químicas e perigosas, alerta relatório da Greenpeace
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Apesar de se terem comprometido, não cumpriram. Há quatro anos 18 marcas de luxo aceitaram o desafio de uma campanha da Greenpeace, chamada Detox, para eliminar progressivamente, até 2020, a utilização de produtos químicos, tóxicos das suas peças de vestuário. Mas marcas como a Armani, Dolce&Gabana, Louis Vuitton ou Versace, continuam a ter substâncias prejudiciais para a saúde e para o ambiente.

A organização ecologista divulgou recentemente um documento onde informa, segundo o jornal espanholPúblico, sobre a toxicidade dos produtos utilizados na indústria do vestuário de luxo. Foi através de enormes cartazes com modelos atraentes que a Greenpeace aproveitou para deixar a dúvida no ar nas suas campanhas: "Moda sublime, mentiras feias?". O objectivo era pôr os valores tóxicos a zeros: algumas empresas não cumpriram e as marcas de luxo estão na lista negra. 


Muitas aproveitaram a campanha só para passar uma boa imagem. O relatório da Greenpeace revela ainda que são muitas as empresas que nem sequer reconhecem a utilização de produtos químicos e que garantem não ter qualquer responsabilidade no assunto, diz o jornal. Armani, Dolce & Gabana, Hermès, Versace ou LVMH (Dior, Marc Jacobs, Givenchy, Louis Vuitton, por exemplo) são algumas destas marcas. A organização ambientalista acrescenta ainda que estes gigantes da moda nunca mostraram interesse em tomar medidas. 


Por outro lado, as marcas mais acessíveis, responsabilizaram-se e introduziram regras na produção, eliminando as substâncias perigosas dos seus processos industriais. É o caso da Adidas, Benetton, H&M, Inditex (Zara, Pull&Bear, Bershka…), C&A ou a Primark. Há ainda aqueles que apoiaram a campanha - como a Nike - mas que acabaram por não tomar nenhuma medida responsável.

"As empresas de moda que se comprometeram a eliminar as substâncias tóxicas dos seus processos produtivos nos últimos quatro anos de campanha representam aproximadamente 10% do mercado mundial da roupa e do calçado, pelo que consideramos que estamos num momento em que podemos falar de um novo paradigma do sector", afirmou Yixiu Wu, responsável de toxicologia da delegação da Greenpeace na Ásia Oriental. "Já podemos afirmar que para fazer moda atractiva não é necessário contaminar", acrescentou.

As grandes empresas do sector têxtil acabam por fazer a produção das suas peças em países como a China, onde a mão-de-obra é barata e a legislação do ambiente mais flexível, daí os problemas com substâncias tóxicas que chegam até às águas. Na China, esta indústria é responsável por 10% do total das emissões de águas residuais. Metade da água disponível no país não é sequer potável e as reservas subterrâneas indicam que cerca de 64% da água está contaminada. As substâncias químicas utilizadas são "capazes de causar distúrbios hormonais e gerar riscos de saúde para crianças e adultos", lê-se num outro documento da Greenpeace.

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