Arts & Crafts na Inglaterra e Art Nouveau na França enraizaram o modernismo, o design gráfico, industrial e a arquitetura no final do século XIX.
Perídodo de mudanças sociais, entusiasmo pela arte e moda acolheu o reinado de Eduardo VII no reino Unido entre 1901 e 1910, constituindo a Edwardian Era, algumas vezes citado como Belle Epoque, movimento que durou dos anos 70 do século XIX até a segunda grande Guerra Mundial em 1912.
Borbulhavam novas idéias na Europa Continental.
Mulheres rejeitavam o espartilho e lutavam pelo sufrágio, industrialização e socialismo caminhavam a passos largos, crescia o interesse pelos esportes, pela ficção das novelas literárias, e pela nascente sétima arte.
Neste cenário de modificações a perfumaria inovava técnicas e aromas enquanto Floris London criava Edwardian Bouquet eau de colônia, comemorando o início do século XX..
Historiadores descrevem o período eduardiano como parêntese romântico de tardes festivas e lânguidas em luxuriantes jardins, onde exuberante e domada Natureza proporcionava prazer e diversão.
Nestes elaborados recantos ingleses, Edwardian Bouquet encontrou a matéria prima inspiradora para se transformar em belo chypre floral reinterpretado como floral verde, em 1984.
Ardor cítrico, percebível nos primeiros momentos, traduz o burburinho olfativo provocado pela acidez das cascas, agitar de folhas e a presença aguda e limpa do gálbano.
Indolentes, flores flutuam para este cenário picante, imprimindo o frescor de jacintos, lírios e jasmim, revestidas de branda doçura, talvez de rosas e ylang lang.
Transparente e intenso o aroma penetra, envolve, assoma os sentidos, embora permaneça etéreo bailando livre como o perfume que paira no ar quando percorremos extensos e pródigos jardins.
Não nos impressiona apenas o cheiro de flores, mas folhas, terra, musgos e troncos, desvendados na evolução aromática,pois compondo o ramalhete está o verde das folhas de patchuli rescendendo odor terroso, amadeirado, ligeiramente cítrico e porções de musgo verde, escuro e denso.
Esta não é uma fragrância desmaiada, esmaecida na inflorescência doce, nas dobras de cambraias adornadas com laços e rendas.
Vibra de forma vigorosa e natural se encaminhando para o amadeirado acorde final, suavizada por âmbar e sândalo.
Edwardian Bouquet surpreende pelo vigor com que percorre o caminho da volatilização inicial aos acentos de base nas associações que denotam arte e requinte.
Certamente será apreciado pelos consumidores de clássicos como Rive Gauche, Vent Vert, talvez, Aromatics Elixir e Soir de Lune, fragrâncias que guardam algumas das características aqui percebidas apesar de cada uma apresentar evolução original e única.
Família Olfativa: Floral verde, 1984 (1901)
Gênero: Feminino (compartilhável)
Perfumista: Douglas Cope
Rastro: Intenso
Fixação: Muito Boa
Pirâmide Olfativa:
- Topo - Bergamota, folhas verdes, jacinto, tangerina
- Coração - Jasmim, rosa, ylang- ylang, gálbano, lírio
- Base - âmbar, almíscar, musgo de carvalho, patchuli, madeira de sândalo.
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