segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Edwardian Bouquet eau de toilette - Floris London


Arts & Crafts na Inglaterra e Art Nouveau na França enraizaram o modernismo, o design gráfico,  industrial e a arquitetura no final do século XIX.
Perídodo de mudanças sociais, entusiasmo pela arte e moda  acolheu o reinado de Eduardo VII  no reino Unido entre 1901 e 1910, constituindo  a Edwardian Era, algumas vezes citado como  Belle Epoque, movimento que durou dos anos 70 do século XIX até a segunda grande Guerra Mundial em 1912.
Borbulhavam novas idéias na Europa Continental.
Mulheres rejeitavam o espartilho e lutavam pelo sufrágio, industrialização e  socialismo caminhavam a passos largos, crescia o interesse pelos esportes,  pela ficção  das novelas literárias, e pela nascente sétima arte.

 
 
Neste cenário de modificações a perfumaria  inovava  técnicas e aromas  enquanto  Floris London criava  Edwardian Bouquet eau de colônia,  comemorando o início do século XX..
Historiadores descrevem o período eduardiano como parêntese romântico de tardes  festivas e lânguidas em luxuriantes jardins, onde exuberante e domada  Natureza proporcionava prazer e diversão.
Nestes elaborados  recantos ingleses, Edwardian Bouquet  encontrou a matéria prima inspiradora  para se transformar em belo chypre floral reinterpretado como floral verde, em 1984.
Ardor cítrico, percebível nos primeiros momentos, traduz o burburinho olfativo provocado pela acidez das cascas,  agitar de folhas e a presença aguda e limpa do gálbano.


Indolentes,  flores flutuam para este cenário picante, imprimindo  o frescor  de jacintos, lírios e jasmim,  revestidas de branda doçura, talvez de rosas e ylang lang.
Transparente e intenso o aroma penetra, envolve, assoma os sentidos, embora permaneça  etéreo bailando livre como o perfume que paira no ar quando percorremos extensos  e pródigos jardins.
Não nos impressiona apenas o cheiro de flores, mas folhas, terra, musgos e troncos, desvendados na evolução aromática,pois compondo o ramalhete está o verde das  folhas de patchuli rescendendo odor terroso, amadeirado, ligeiramente cítrico e porções de musgo verde, escuro e denso.
Esta não é uma fragrância  desmaiada, esmaecida na inflorescência doce, nas dobras de  cambraias adornadas com laços e  rendas.
Vibra de forma vigorosa e natural  se encaminhando para o amadeirado acorde final, suavizada por  âmbar e sândalo.


Edwardian Bouquet surpreende pelo vigor com que percorre o caminho da volatilização inicial aos acentos de base nas associações que denotam arte e requinte.
Certamente será apreciado pelos consumidores de clássicos como Rive Gauche, Vent Vert, talvezAromatics Elixir  e Soir de Lune, fragrâncias que guardam algumas das características aqui  percebidas apesar de cada uma apresentar  evolução original e única.


Família Olfativa: Floral verde, 1984 (1901) 
Gênero: Feminino (compartilhável)
Perfumista: Douglas Cope
Rastro: Intenso
Fixação: Muito Boa
Pirâmide Olfativa:
  • Topo - Bergamota, folhas verdes, jacinto, tangerina
  • Coração - Jasmim, rosa, ylang- ylang, gálbano, lírio
  • Base - âmbar, almíscar, musgo de carvalho, patchuli, madeira de sândalo.

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