O brasileiro Daniel Barros de Oliveira acaba de desembarcar em Paris, onde irá exercer um cargo importante na meca da moda mundial: ele é o novo gerente de desenvolvimento de estampas da Kenzo. "Depois de um mestrado na Espanha, fui para Paris tentar algo. Chegando lá, como não conhecia ninguém, com a cara e a coragem entrei no site de marcas importantes e tentava marcar reuniões com os diretores para mostrar minhas estampas", diz ele que, para sua surpresa, foi recebido por representantes de Jean Paul Gaultier, John Galliano e Givenchy. Gaultier se interessou e até fez uma proposta, mas o carioca fechou mesmo com a grife fundada pelo estilista japonês Kenzo Takada. "Levo na bagagem minha experiência como designer gráfico, minhas inspirações nas pinturas clássicas e a ideia de misturá-las à novas tecnologias. Já apresentei para eles o projeto de uma nova técnica de fazer jacquard e vão me apoiar em um experimento: o desenvolvimento de um tecido em 3D, com uma espécie de animação na roupa...se der certo, vai dar o que falar. Sou ambicioso e meu sonho é ser diretor criativo de uma grande marca". Ele bateu um papo com a coluna:
Como ingressou na moda?
Aprendi moda e estamparia na prática, com a mão na massa mesmo. Comecei na Osklen, há seis anos, e me destaquei por desenvolver uma nova forma de fazer estamparia. Depois fui para a Espanha fazer um mestrado e por lá e durante uma palestra na faculdade do estilista José Castro, muito conhecido por lá, que faz desfiles em toda a Europa, ele me viu desenhando e me chamou para fazer um estágio não remunerado em seu ateliê. Aceitei e logo depois virei coordenador da equipe de estampas da sua marca. Menos de uma no depois eu estava casado com uma espanhola e decidimos ir para Paris. Como os trabalhos junto às marcas não aconteceram por lá, resolvi abrir minha própria empresa de estamparia e oferecer meu trabalho para as grandes grifes. De Paris fui para Berlim, me dedicar à minha carreira como artista plástico. Cheguei a fazer uma exposição em Londres, mas senti saudade da moda.
Você também trabalhou para algumas marcas americanas, certo?
Sim. Morei um tempo em Nova York e tive a sorte de logo na chegada trabalhar para grifes importantes como Kate Spade, Ralph Lauren e Calvin Klein. A parceria com a Kate, inclusive, dura até hoje e meu contrato com a Kenzo permite fazer trabalhos esporádicos para outras marcas, desde que eu os priorize. Gosto de trabalhar em lugares que pensem como eu, unindo liberdade criativa e tecnologias ambiciosas. Na Kenzo, por exemplo, eles me deram total liberdade para criar; vou coordenar a pordução das estampas deles, desenvolver tecnologias de tecidos e estimular o desenvolvimento de outros setores criativos da marca.
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