segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Layering – A Diversão de Combinar Fragrâncias

10/03/16 01:28:09 (7 comentários)

Há três razões principais para as pessoas decidirem combinar duas ou mais fragrâncias: aumentar a potência de um perfume que elas amam mas que tem pouca longevidade ou suavizar um perfume que é muito potente; para desempenhar o papel de um perfumista e tentar compor seu próprio perfume; ou simplesmente para brincar com diferentes cheiros e ver como eles interagem. O último é o foco deste artigo.
Ambos perfumistas profissionais e resenhistas de fragrâncias têm repetidamente declarado em entrevistas que eles são contra o chamado layering porque a fórmula é supostamente concebida para ter um resultado preciso, depois de centenas (ou milhares) de amostras, e várias rodadas de assinaturas – no caso de grandes corporações. Mas eles estão esquecendo do ponto principal... Eu defendo a prática de layering como uma maneira lúdica de entender cheiros. Concordo que um perfume acabado deva ser bom como está, mas nós somos os usuários e, no final das contas, os que decidem o que fazer com os nossos próprios perfumes.
Uma das primeiras coisas que você aprende na escola de perfumaria é combinar fructone e etil maltol para obter um aroma doce e gourmand de morango. Ou para compor os acordes clássicos chipre, fougère e eau de colônia ao aproximar do nariz fitas olfativas borrifadas com diferentes óleos essenciais. Embora nós os estudamos no nível de ingrediente, a mesma lógica aplica-se a fragrâncias prontas. Isso nos ajuda a entender como diferentes cheiros funcionam juntos.
Evidentemente, não há nenhum valor em misturas fragrâncias que são muito semelhantes uma à outra, por exemplo dois aromas aquáticos ou dois aromas gourmands. Layering também pode gerar resultados indesejáveis ​​se misturarmos coisas que não se dão bem entre si – e isso é bom. Essa é a principal razão pela qual devemos fazer camadas em primeiro lugar. Como Cool Water ficará se combinado com Angel? Você precisa provar por si mesmo.
Algumas marcas como Jo Malone fizeram do layering sua estratégia de marketing. Eles oferecem aromas relativamente homogêneos para que você saiba o que está misturando. Você pode facilmente criar um lindo perfume floral complexo combinando várias soliflores. Você também pode adicionar cítricos, frutas, madeiras e baunilha. Outras marcas oferecem coleções com temas de notas individuais com essa mesma finalidade. Mas isso é apenas marketing. Você pode fazer layering com quaisquer das suas fragrâncias favoritas e do jeito que você preferir.
Uma das melhores coisas sobre layering é que podemos compreender o "peso" de notas ou acordes, que de outra forma são apenas teóricos. Você pode perceber quais são os primeiros a desaparecer e os que duram mais. Nós também podemos aprender a dosar cada um deles para fazer uma nova fragrância equilibrada. Como regra básica, eu recomendo considerar a escala de volatilidade nesta ordem (decrescente): cítricos, especiarias frescas, folhas, frutos, flores suaves, flores densas, especiarias quentes, madeiras claras, madeiras escuras, resinas, animálicos e musks. Em outras palavras, você pode conseguir uma boa harmonia se você "distribuir" o peso das notas para construir uma pirâmide. Uma composição que é muito focada em notas voláteis terá grande projeção, mas não durará muito tempo na pele; se for muito densa, ela ficará abafada e muito rente à pele. Outra possibilidade é o "cruzamento” de aromas que compartilham uma estrutura semelhante, porém com um coração diferente, por exemplo criações florais de Jo Malone.
Mais uma vez, layering não é uma conspiração contra perfumistas – é apenas um exercício lúdico para os amantes de perfume. E quanto mais nós entendemos de fragrâncias, mais provável é que possamos apreciar as composições mais complexas disponíveis no mercado.
Qual é a sua opinião sobre combinar fragrâncias? Convidamos você a deixar um comentário abaixo.

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